Bibliotecas

                         Adipsia Literária
 
Carlos Drumond de Andrade (1902-1987), poeta mineiro, disse: “_ A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça a quase totalidade não sente esta sede.”

A aversão à leitura ou a falta de desejo de ler livros pode ser considerada de forma análoga à adipsia, a falta de vontade de beber água, no sentido de que ambas as situações envolvem a relutância em se envolver em atividades que são consideradas essenciais para o bem-estar e o desenvolvimento humano.

Em relação à leitura, é importante destacar que a aversão aos livros pode ter várias causas e manifestações. Alguns indivíduos podem simplesmente não gostar da leitura como um passatempo, enquanto outros podem enfrentar barreiras mais profundas, como dificuldades de aprendizagem, problemas de atenção ou traumas relacionados à leitura.

Refletindo sobre essas características, podemos considerar o papel fundamental de leitura na sociedade. A leitura é uma ferramenta que possibilita o acesso ao conhecimento, ao desenvolvimento de habilidades cognitivas, à expansão do vocabulário e à exploração de mundos e ideias diversas. Além disso, a leitura pode ser uma fonte de entretenimento e enriquecimento pessoal.

Assim como a desidratação é prejudicial à saúde, a falta de leitura pode limitar o crescimento intelectual e as oportunidades de uma pessoa. No entanto, é importante abordar a aversão à leitura com compreensão e empatia, em vez de julgamento. Algumas estratégias para superar a aversão à leitura podem incluir:

Exploração de gêneros e tópicos variados: A leitura não se resume a um único tipo de livro. Encoraje a pessoa a explorar diferentes gêneros e encontrar algo que seja do seu interesse.

Estabelecimento de metas realistas: Incentivo ao estabelecimento de metas de leitura realistas, como ler um capítulo por dia, em vez de início para ler um livro inteiro de uma só vez.

Busca de livros de fácil leitura: Comece com livros mais curtos ou com uma leitura mais leve e, gradualmente, avance para obras mais desafiadoras.

Compartilhamento de experiências: Discuta os livros com outras pessoas para criar uma sensação de comunidade e tornar a leitura mais envolvente.

Procure por ajuda profissional: Se a aversão à leitura estiver relacionada a problemas mais profundos, como dislexia, um profissional de saúde ou educador pode oferecer orientação e suporte.

É importante lembrar que a aversão à leitura não é algo fixo, e as pessoas podem desenvolver um gosto pela leitura ao longo do tempo, desde que sejam abordadas com paciência e apoio. A leitura pode ser uma jornada enriquecedora, e o objetivo é torná-la acessível e prazerosa para todos.



Dia Nacional do Livro

                                                   

Hoje é o Dia Nacional do Livro, comemorado anualmente no dia 29 de outubro. A data surgiu para homenagear a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, a primeira biblioteca brasileira, quando a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para a colônia, em 1810. Porém, o acervo chegou antes, em 1808. Além de livros, havia manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas.

O primeiro livro editado no Brasil foi a obra de Tomás Antônio Gonzaga Marília de Dirceu, em 1808. a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro é a maior da América Latina e está entre as dez maiores do mundo.

O objetivo desta data é incentivar a prática da leitura entre jovens e adultos, uma vez que por meio dela é possível desenvolver o senso crítico, estimular a criatividade e a imaginação, enriquecer o vocabulário dos leitores, habilidades essenciais para a formação cidadã.


"Para aniquilar os povos, começa-se por lhes tirar a memória. Destroem-se seus livros, sua cultura, sua história. E uma outra pessoa lhes escreve outros livros, lhes dá outra cultura e lhes inventa uma outra História".

Milan Kundera. O Livro do Riso e do Esquecimento, 1978.




Dia Mundial da Biblioteca

Dia 1 de julho é comemorado o Dia Mundial da Biblioteca, um equipamento essencial para a formação das pessoas, que preserva e compartilha o conhecimento gerado.

Além de promover a leitura e o desenvolvimento cultural e científico, a biblioteca, seja ela pública, privada, universitária ou escolar nos alimenta de referências, histórias e encantamento e instiga a ampliar nossos horizontes.

Maurício de Souza Lino,
Bibliotecário,
Historiador,
Professor,
Escritor.



 Bibliotecas do Mundo

Biblioteca: Equipamento Cultural, Laboratório de Aprendizagem, Centro de Informação, Fábrica de Cultura...

“Se não tivermos bibliotecas, não temos nenhum passado e não teremos um futuro”. (Ray Bradbury).

Biblioteca da Abadia de Admont (Áustria): maior biblioteca monástica do mundo, construída no Iluminismo.

Templo de Hase-dera (Japão): situado nas alturas de Kamakura, foi onde os monges copistas começaram a registrar as palavras de Buda.

Biblioteca de Nautilus: baseada no romance “Vinte Mil Léguas Submarinas”, de Júlio Verne, retrata a esplendorosa biblioteca do capitão Nemo, que contém 12 mil obras de ciência, moral, literatura, escritas em uma multiplicidade de línguas.

Biblioteca Nacional de Sarajevo (Bósnia e Herzegovina): construída no final do século XIX em estilo arquitetônico neomourisco abrigou originalmente a prefeitura. Quase foi destruída em 1992, durante o cerco de Sarajevo.

Biblioteca de Alexandria (Egito): a mítica biblioteca mãe de todas as bibliotecas, que nasceu da vontade dos primeiros faraós de reunir todo o conhecimento existente. A maior biblioteca do mundo, a Biblioteca de Alexandria, foi fundada no século III a.C. pelo sucessor de Alexandre, o Grande, o rei grego Ptolomeu I. No Egito, as bibliotecas eram chamadas de “Tesouro dos remédios da alma”. De fato, é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras. (Jacques Bénigne Bossuet).

Biblioteca de Vasconcelos (México): num prédio belíssimo na Cidade do México, pode ser vista como uma enorme arca moderna onde livros, prateleiras e conhecimento flutuam no espaço, e à qual as pessoas podem se refugiar em caso de ameaças sísmicas que atormentam a região.

Biblioteca Real (Dinamarca): construída em 1855, a Biblioteca de Ciências Sociais da Universidade de Copenhague tem atualmente utilidade puramente estética e acústica. Seus livros não estão classificados nem listados, sendo, portanto, chamados de livros mortos.

Biblioteca do Parlamento de Ottawa (Canadá): a biblioteca da capital canadense ostenta orgulhosamente seu estilo vitoriano e abriga, essencialmente, documentos legais.

Biblioteca de Sainte-Geneviève (Paris): sua construção foi confiada ao audacioso arquiteto Henry Labrouste. Na época de sua inauguração, em meados do século XIX, o edifício foi testemunha de vários avanços tecnológicos, como o início do uso de elementos estruturais em ferro fundido. Mas o mais importante deles foi certamente a introdução da iluminação a gás, que permitiu estender o horário de funcionamento da biblioteca para bem além do que era permitido pela luz natural do sol.

Biblioteca do Congresso Americano (EUA): a cidade de Washington se estende em uma vista 360º em torno do visitante através das janelas circulares da cúpula da biblioteca.

Maurício de Souza Lino,
Bibliotecário,
Historiador,
Professor,
Escritor.



Bibliotecas do Brasil

As bibliotecas brasileiras não armazenam apenas obras literárias importantes. Elas também são as guardiãs da história e da cultura do nosso país, a começar pelos próprios prédios, na maioria das vezes.

A Biblioteca do Mosteiro de São Bento da Bahia é a mais antiga do Brasil. Foi inaugurada em 1582, e reúne uma enorme coleção de obras e registros raros dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX.

A primeira biblioteca aberta ao público, aqui no Brasil, foi a Biblioteca Pública do Estado da Bahia, fundada em 1811. Início do século XIX.

A maior biblioteca pública é a admirável Biblioteca Nacional, com sede no Rio de Janeiro. Ela é também uma das maiores do mundo, de acordo com a Unesco, e motivo de muito orgulho para todos nós, brasileiros. A Biblioteca Nacional do Brasil é também a maior biblioteca da América Latina. Seu acevo é composto por incríveis 9 milhões de obras.

No Brasil, o primeiro bibliotecário foi o jesuíta português Antônio Gonçalves em 1604 na biblioteca do Colégio da Bahia.

Biblioteca Mário de Andrade em São Paulo
Biblioteca Nacional de Brasília, Brasília
Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre
Biblioteca Pública do Paraná (BPP)
Biblioteca Pública Arthur Vianna (BPAV)
Biblioteca Pública Estadual do Amazonas, Manaus
Biblioteca da Floresta, Rio Branco, AC

Maurício de Souza Lino,
Bibliotecário,
Historiador,
Professor,
Escritor.



Biblioteca, uma Instituição de Primeira Necessidade.

A biblioteca deve estar próxima das pessoas, de suas necessidades. Ela tem que estar ocupada por pessoas. Não há uma receita diferente dessa. Se uma biblioteca abre sua porta e fica esperando que alguém vá pedir um livro, é muito provável que ela desapareça para sempre.

Deve ter vida dentro de uma biblioteca. As pessoas devem poder usar um computador, ver uma exposição, fazer um curso de culinária, participar de um clube de leitura, fazer aulas de ioga, produzir um fanzine com seus amigos, ou simplesmente sentar e ler um livro.

Elas devem ser agentes de fomento e promoção de leitura em múltiplos formatos. Nas melhores bibliotecas, hoje se lê, se escreve, se canta, se escuta, se dança, se programa, se conversa, se desenha, se sonha e se cria. (Gonzalo Oyarzún).


Lei da Universalização das Bibliotecas Escolares - Lei nº 12.244/2010.

A definição de Biblioteca Escolar era restrita, resumindo-se a afirmar que eram unidades depositárias de coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta. Esse conceito de Biblioteca Escolar vigente é inadequado, na medida em que essa instituição não pode ser definida como mera coleção de acervos.

Hoje, a Biblioteca Escolar é um “equipamento cultural obrigatório e necessário ao desenvolvimento do processo educativo”, que tem uma série de objetivos, como disponibilizar e democratizar a informação, promover as habilidades e constituir-se como espaço de recursos educativos.

A Lei da Universalização das Bibliotecas Escolares, determina que todas as instituições de ensino do país, públicas e privadas, deverão desenvolver esforços progressivos para constituírem bibliotecas com acervo mínimo de um título para cada aluno matriculado - ampliando este acervo conforme sua realidade, bem como divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento das bibliotecas escolares, gerida por bibliotecários comprometidos com a construção cultural do país.

A efetivação das bibliotecas que deveria ocorrer no prazo máximo de dez anos, ou seja, até 25 de maio de 2020, foi alterada pela Lei 9484/18, que modifica o conceito de Biblioteca nas escolas e cria o Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares (SNBE). A Lei altera, prorrogando para 2024.

Maurício de Souza Lino,
Bibliotecário,
Historiador,
Professor,
Escritor.


Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares (SNBE)

A Lei nº 12.244/2010, Lei da Universalização das Bibliotecas Escolares, é um marco em prol da biblioteca escolar que objetiva universalizar espaços, serviços e materiais informacionais nas instituições de ensino público e privado do Brasil.
A adesão à Lei nº 12.244 ainda não é uma realidade, porém, percebe-se um aumento de legislações complementares que amparam a biblioteca escolar.
Foi prorrogado para 26 de junho de 2024, o prazo para que todas as escolas do país tenham biblioteca com acervo mínimo de um título para cada aluno matriculado e um bibliotecário por colégio.
Algumas das funções dessa organização:
Promover a implantação de bibliotecas em todas as instituições de ensino do Brasil; incentivar a melhoria no funcionamento das bibliotecas que já existem; definir o mínimo obrigatório de livros e materiais de ensino disponíveis nas bibliotecas.

Bem-vindo à página principal do "Cantinho do Bibliotecário"! Aqui, você encontrará um espaço dedicado ao fascinante universo das bibliotecas. Nossa missão é compartilhar histórias, conhecimento e paixão pela leitura.

Explore nossas diferentes seções e mergulhe em um mundo de descobertas literárias. Em nosso Portal, você encontrará artigos, notícias e informações relevantes sobre o mundo das bibliotecas, além de dicas valiosas para aproveitar ao máximo sua experiência de leitura.

Maurício de Souza Lino,
Bibliotecário,
Historiador,
Professor,
Escritor.


Biblioteca Municipal “Prof. Harry Mauritz Lewin – A Biblioteca Cidadã!

A Biblioteca Municipal “Prof. Harry Mauritz Lewin” é uma instituição que tem um papel muito importante como mantenedora e disseminadora de informações para a comunidade jordanense e regiões circunvizinhas.

Um impressionante patrimônio, que com sua riqueza e beleza desvenda a criação de artistas consagrados e explora os movimentos artísticos de diferentes épocas e as mais espetaculares coleções de museus do Brasil e do mundo. Um prazer visual único, capaz de transformar conceitos, opiniões e ampliar enormemente o repertório estético de cada leitor. Todo um mundo de cultura e lazer aberto ao público.

Essa Unidade de Informação é de pequeno porte, (10 ambientes-salas), atende todo o município, tendo como missão, prestar serviços de informação à comunidade como pintura (arte plástica), Curso de Italiano, Introdução ao Mangá e Informática, além de atividades para as unidades escolares, pesquisas, palestras, reunião da Academia Jovem de Letras e está vinculada à Secretaria de valorização da Cultura.

Sua história começa em 1957...

... Antes disso, o professor Theodoro Correa Cintra, educador por vocação, aportava em Campos do Jordão em 1948, quando a semente do Ginásio Municipal havia sido lançada e instalou-se com sua prole de 11 filhos, à Rua Dr. Altino Arantes, nº 80 em Vila Abernéssia: Maria Glória, Maria da Graça, José Antonio, Clarisse Maria, Maria José, Regina Maria, Maria Áurea, Lucia Maria e Maria de Lourdes e os gêmeos, José Francisco e Maria Aparecida, conhecidos como Lilo e Lila. A casa onde Theodoro Correa Cintra morou com a família das "Marias e Josés", é hoje, a atual Biblioteca Municipal!

Passaram-se aproximadamente 9 anos...

O Projeto do Legislativo de 02 de setembro de 1957, de autoria do vereador Miguel Lopes Pina, visando a criação da Biblioteca Municipal de Campos do Jordão foi aprovado pelo Parecer nº 51/59 de 21 de dezembro de 1959. No documento constava que “a Biblioteca Municipal deveria exigir obrigatoriamente que todos os seus frequentadores apresentassem atestado de que não sofriam de moléstia infectocontagiosa, passado por médico especialista”.

Este Parecer, manuscrito e sem assinatura, foi aprovado pela Câmara Municipal em 23 de dezembro de 1959, assinado pelo então presidente, Dr. Fausto Bueno de Arruda Camargo e pelo primeiro secretário, Arakaki Masakazu.

A Biblioteca Municipal foi criada pela Lei nº 301 de 28 de dezembro de 1959, promulgada pelo então Prefeito Municipal, Dr. José Antonio Padovan.

Quando da sua inauguração em 1961, a Biblioteca Municipal foi instalada em salas do prédio onde sediava a Rádio Emissora de Campos do Jordão, propriedade de Aziz Elias, na Av. Dr. Januário Miráglia, nº 1337, frente à Estação da EFCJ em Vila Abernéssia.

Estiveram presentes à inauguração, o prefeito Municipal, Dr. José Antonio Padovan; o vereador e Diretor do Departamento Municipal de Turismo – DMTUR, Joaquim Corrêa Cintra; o professor Harry Mauritz Lewin, responsável pela Biblioteca; Milton Valim da Coletoria Federal de Campos do Jordão; o Sr. Waldomiro Buozzi e outros convidados. E, ao longo dos anos, a Biblioteca Municipal ocupou vários endereços, passando por inúmeras transformações.

Em 1969, o Jornal “A Cidade de Campos do Jordão” noticiava a presença na cidade do escritor Jorge Amado com suas filhas, Zélia e Paloma, hóspedes no Grande Hotel. Na ocasião, o escritor visitou a Biblioteca Municipal, sendo recebido pelo professor Harry Mauritz Lewin e pelo Diretor de Turismo, Cultura e Esportes do Município, Joaquim Correa Cintra, e mais um grupo de estudantes locais. Além de orientar e participar efetivamente de toda a sua organização e instalação, o professor Harry Mauritz Lewin organizou diversos cursos dos quais era professor: admissão ao Ginásio e principalmente a matemática e inglês.
Em 02 de abril de 1972, o prefeito Dr. José Antonio Padovan, determinou estudos à Diretoria de Turismo, Cultura e Esportes, então responsável pelo setor da Biblioteca Municipal, no sentido de instalar a Biblioteca Municipal no prédio anexo ao Colégio Estadual, onde morou o prof. Theodoro Correa Cintra com sua família e depois serviu para o curso primário, e que já se achava em pleno funcionamento no novo colégio integrado da Vila Paulista.

Pelo Decreto nº 1348 de 03 de maio de 1985, o prefeito municipal, João Paulo Ismael, considerando que Harry Mauritz Lewin foi professor de inglês nesta cidade, contribuindo de forma efetiva na formação cultural dos jovens jordanenses, e pelo muito que fez pela divulgação cultural, dá o seu nome ao prédio da Biblioteca Municipal, em reconhecimento pela sua dedicação à causa pública.

Enquanto isso... A Fundação Érico e Martha Stickel estava atuando em Campos do Jordão até a década de 1970, na Av. Brigadeiro Jordão, quando encerrou suas atividades. Após anos desativada a Instituição passou por uma reformulação em 2004 e, hoje, incentiva a arte e a cultura com projetos sociais na cidade de São Paulo, chamando-se “Fundação Stickel”. Depois que deixou de atuar em Campos do Jordão, a Fundação cedeu o prédio próprio ao Poder Público Municipal para abrigar a Biblioteca Infantil “Guilherme Monteiro Lobato”, onde por vários anos esteve instalada. Nas dependências desse prédio, no ano de 1980, foi instalada a sede da Academia de Letras de Campos do Jordão que aí permaneceu por quase duas décadas. O nome da Biblioteca Infantil homenageia Guilherme Monteiro Lobato, filho do grande Escritor José Bento Monteiro Lobato, falecido com 26 anos de idade, depois de ter vindo para Campos do Jordão, na tentativa da cura da tuberculose.

Nesse interim, o escritor Monteiro Lobato, residiu em Campos do Jordão entre os anos de 1937 a 1940, num sobrado que adquiriu situado na Avenida Macedo Soares nº 400, em Vila Capivari. Em 2013 este prédio foi demolido e no local foi construído um novo prédio para lojas comerciais e escritórios...

Aos 24 de abril de 2002, na administração do prefeito Lélio Gomes, a Biblioteca “Prof. Harry Mauritz Lewin”, passou por reformas e ampliação. Contou com a presença de autoridades, educadores, alunos, membros da Academia Jordanense de Letras e familiares do prof. Harry, e inaugurada a sala prof.ª Maria José Ávila, dedicada aos professores da estância.

Em 2010, é inaugurada a Sala Multimídia (Sala AME Campos).

Em 15 de outubro de 2013, pela portaria da Secretaria Municipal de Educação nº 06/13, a Biblioteca Infantil “Guilherme Monteiro Lobato” é transferida para o prédio da Biblioteca Municipal “Prof. Harry Mauritz Lewin”, com todo seu acervo bibliográfico e inventário, na sala Profª Maria José Ávila.

Esta mudança trouxe para a Biblioteca um público diferente: os alunos das escolas próximas passaram a encontrar naquele espaço uma extensão da sala de aula, com atividades lúdicas, contações de histórias, e outros.

Existindo há quase 65 anos, é a principal Biblioteca de Campos do Jordão. São mais de 26.000 livros, audiolivros, livros em Braille, revistas, CDs de música popular e erudita brasileira, internacional, cartazes de cinema, DVDs técnicos, documentários, filmes, TV, folhetos de cordel, computadores e revistas em ambiente Wi-Fi.

Um impressionante acervo de livros de arte, que com sua riqueza e beleza desvenda a criação de artistas consagrados e explora os movimentos artísticos de diferentes épocas e as mais espetaculares coleções de museus do Brasil e do mundo.

É enorme a gama de títulos das mais variadas áreas do conhecimento humano. Uma abrangente coleção de literatura brasileira e estrangeira, bem como de poesia, pronta para ter suas páginas abertas e iluminar a imaginação de cada leitor. São inúmeros os livros de autores jordanenses presentes no acervo. Os livros de não-ficção podem despertar a curiosidade e informar sobre os mais diferentes assuntos.

Além disso, a Biblioteca realiza oficinas culturais, saraus, clubes de leituras, palestras de escritores e poetas, lançamento de livros, exposições de arte, aulas de pintura do grupo Prohane de Artes, a cargo do artista Luiz Pereira Moisés; aulas de língua e cultura italiana, com a professora Adriana Harger; curso de “Mangá; todos gratuitas.

Em 2015, a Biblioteca Municipal “Prof. Harry Mauritz Lewin” ganhou uma nova obra. Uma pintura da artista plástica Verônica Câmara, que, de coração aberto, ofereceu à porta de entrada da Biblioteca, local escolhido, que dá as boas-vindas aos leitores e usuários deste bem cultural. Representando o universo dos livros, a porta ganhou ares de estante. Suas cores e formas evocam o prazer da leitura e os grandes escritores, inclusive os jordanenses, como Maria José Ávila, Pedro Paulo Filho e Arakaki Masakazu.

A iniciativa da pintura da porta partiu do grupo “Amigos da Biblioteca de Campos do Jordão”, que com o apoio de cerca de 70 pessoas viabilizou naquele ano uma nova pintura externa para a Biblioteca.

Verônica Câmara, que dedicou seu talento e esforço para que a obra ficasse pronta para a I Jornada Literária de Campos do Jordão, Pedro Paulo Filho é uma artista múltipla e que no segmento de artes decorativas, com suas linhas sutis e cores suaves estão presentes em inúmeros locais emblemáticos da cidade. Seu estilo inconfundível transformou-se, ao longo dos anos, numa verdadeira marca visual de Campos do Jordão.

Assim, pela preocupação com a manutenção aos bens pertencentes, visando a preservação de todo o patrimônio Histórico e Artístico; pelo acervo existente no prédio tais como mesas, cadeiras, poltronas, livros, pinturas, quadros a óleo, mobiliários além das decorações integradas a própria estrutura do prédio, etc.; pelos bens que pertencem à história de Campos do Jordão; pela necessidade de se evitar descaracterizações e/ou deturpações evidenciadas anteriormente; pelo excepcional valor artístico-cultural desses acervos em artes plásticas, além de bens integrados a bibliografias especializadas em livros raros; pelo valor afetivo e referencial desses bens; pelos bens com risco de desaparecimento, e bens móveis pertencentes ao município; considerando a importância do seu acervo não somente para a cidade de Campos do Jordão, como também para a região; a importância do prédio como marco histórico; e além de sua vocação para o entendimento do acesso público como direito, e não como opção, quanto à prestação de serviços, foi reconhecida como Patrimônio Histórico/Cultural do município de Campos do Jordão, registrado no Livro de Tombo, no dia 20 de abril de 2018.

A Biblioteca Municipal “Prof. Harry Mauritz Lewin”, não é mais usada apenas para guardar livros. É um espaço cultural, com diversas formas de entreter e ensinar a comunidade jordanense. Parcerias com a população, participação em eventos e um lugar aconchegante onde todos podem vir para trabalhar e estudar. É uma instituição que tem um papel muito importante como mantenedora e disseminadora de informações para a comunidade jordanense e regiões circunvizinhas.

A Biblioteca Municipal “Prof. Harry Mauritz Lewin”, tem como missão promover a leitura e participar na formação de cidadãos conscientes e integrados na sociedade, esforçando-se no sentido de servir à população em relação ao atendimento, objetivando aumentar o número de visitantes e consulentes presenciais, com tecnologia informatizada.

Fontes de Pesquisa:

CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.
CUNHA, Vanda A. da. Profissional da Informação na Biblioteca Pública Contemporânea: o bibliotecário e a demanda por educação continuada. 2002b. 230 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2002.
CUNHA, Vanda A. da. A biblioteca pública no cenário da sociedade da informação. Revista Biblios, ano 4, n. 15, 2002a Disponível em: <http:quelcas.rep.net.pe/biblios/>. Acesso em: 02 maio. 2022.
EISENBERG, José. Internet, democracia e República. Disponível em: http://www.scielo.br Acesso em: 02 maio 2022.
PIMENTEL, Maria das Graças. A biblioteca pública e a inclusão digital: desafios e perspectivas na era da informação. 2006. 220 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2006. Disponível em: . Acesso em: 03 maio. 2022.
ROCHA, Adriana Marinho. Bibliotecas especializadas de instituições de pesquisa na cidade de Manaus: Estudo da estrutura organizacional. Revista de Biblioteconomia de Brasília, v. 6, n. 1, p. 39-52, 2013
SUAIDEN, Emir José. A biblioteca pública no contexto da sociedade da informação. Ciência da informação, v. 29, n. 2, p. 52-60, 2000.


                                                                    Biblioteca de Alexandria

A Biblioteca de Alexandria foi durante muitos séculos, mais ou menos de 280 a.C. a 416, uma das maiores e mais importantes bibliotecas do Planeta. Este valoroso centro do conhecimento estava localizado na cidade de Alexandria, ao norte do Egito, a oeste do Rio Nilo, bem nas margens do Mediterrâneo.

Afirma-se que ela foi criada em princípios do século III a.C., em plena vigência do reinado de Ptolomeu II do Egito, logo depois de seu genitor ter se tornado famoso pela construção do Museum – o Templo das Musas -, junto ao qual se localizava a Biblioteca. Sua estruturação, a princípio, é geralmente creditada ao filósofo Demétrio de Falero, então exilado nesta região; muitos afirmam ser dele a concepção deste espaço cultural, depois de convencer o rei a transformar Alexandria em concorrente da glória cultural de Atenas.

Durante sete séculos esta Biblioteca abrigou o maior patrimônio cultural e científico de toda a Antiguidade. Ela não apenas continha um imenso acervo de papiros e livros, mas também incentivava o espírito investigativo de cientistas e literatos, transmitindo à Humanidade uma herança cultural incalculável. Ao que tudo indica, ela conservou em sua estrutura interna mais de 400.000 rolos de papiro, mas esta cifra pode, em alguns momentos, ter atingido o patamar de um milhão de obras. Sua devastação foi realizada gradualmente, até ela ser definitivamente consumida pelo fogo em um incêndio de origem acidental, atribuído aos árabes durante toda a era medieval.

Há várias histórias sobre prováveis incêndios anteriores ao que destruiu completamente a Biblioteca de Alexandria. Uma delas narra que Júlio César, passando por Alexandria ao perseguir seu rival Pompeu, membro do Triunvirato integrado também por César e Crasso, não só foi presenteado com a cabeça de seu inimigo, mas também com o amor de Cleópatra, irmã de Ptolomeu XII. Envolvido pela paixão, ele se apossa do trono por meio da força, entrega-o à Rainha e aniquila todos os tutores do antigo rei, com exceção de um, que foge das garras de César.

Determinado a não deixar sobreviventes, ele manda incendiar todos os navios, incluindo os seus, para que ele não pudesse escapar pelo mar. O fogo teria se ampliado e atingido uma fração da Biblioteca.

Esta ancestral Biblioteca tinha a missão de conservar e disseminar valores da cultura de Alexandria. Muitas das obras que circulavam em Atenas foram para lá envidas; em seu âmbito ela abrigava matemáticos como Euclides de Alexandria, além de famosos intelectuais e filósofos, célebres nomes do passado. Lá também foram elaboradas significativas obras sobre geometria, trigonometria e astronomia, e igualmente sobre idiomas, literatura e medicina. Nesta mesma instituição eram produzidos e comercializados papiros.

Afirma-se que os 72 sábios judeus que verteram as Sagradas Escrituras Hebraicas para o grego, produzindo assim a renomada Septuaginta, reuniram-se justamente na Biblioteca de Alexandria para realizar este intento. A própria Cleópatra era apaixonada por este espaço, sempre à procura de novas histórias, sozinha ou acompanhada por César, outro amante da cultura. Este centro irradiador foi, com certeza, o mais importante ponto de referência cultural e científico da Antiguidade.

Foi edificada recentemente uma nova Biblioteca, inaugurada em 2003 nos arredores da sua antecessora. Ela também tem a ambição de se tornar um dos maiores e mais importantes polos culturais dos nossos tempos. Sua ala principal, batizada como Bibliotheca Alexandrina, soma-se a outros quatro conjuntos especializados, laboratórios, um planetário, um museu científico e outro caligráfico, além de uma sala para congressos e exposições (Ana Lucia Santana).

Fontes para Pesquisa:

InfoEscola

https://web.archive.org/web/20190111022949/http://educaterra.terra.com.br/voltaire/antiga/2002/10/31/002.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteca_de_Alexandria

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