Em Campos do Jordão, pouco se fala sobre a importância das gibitecas “Shisuto Murayama e Arakaki Masakazu”, como espaços mediadores entre a comunidade e as coleções que elas dispõem.
Criado em 02 de setembro de 2021, um espaço cultural público, democrático, onde reúne historiadores, escritores, professores, estudantes, ilustradores, designers, artistas plásticos, pesquisadores e simples amantes dos livros, o Ponto de Leitura e a Gibiteca de Campos do Jordão, além de centro cultural efervescente e dinâmico, é um polo fomentador de cultura e de exercício da cidadania. Por meio deles existe a aproximação da comunidade das suas coleções. Devemos aprofundar a discussão sobre a programação e sobre a natureza cultural e política desse acervo.
O aparecimento de gibitecas devidamente departamentalizadas nas redes de bibliotecas públicas do Brasil ocorreu apenas na década de 1990, o que finalmente concretizou os conceitos teóricos relativos aos benefícios dessa forma de estrutura para a leitura pública, aprimoramento a gestão informacional desses acervos. Por meio dessa mudança, temos para o início do séc. XXI a formação de um cenário de leitura pública mais democrático e propício à inserção das histórias em quadrinhos nos gostos de leitura de lazer da população. (BARI, 2008, apud MARINO, 2018, p. 64)
Os últimos anos têm evidenciado a tendência de constituir gibitecas como setores de bibliotecas públicas, o que talvez aponte para uma tendência de conscientização dos governantes locais e estaduais a respeito da importância da leitura das coleções como uma prática de lazer, sendo assim, vinculada às práticas culturais promovidas pelas secretarias de cultura. Nesse sentido, assim como as bibliotecas, as gibitecas possuem, também, uma função social. Pode-se estabelecer, como função social da gibiteca, a inclusão e o estímulo à leitura, criatividade e criticidade e, no caso da gibiteca escolar, acrescente-se aí a inclusão pela educação. Assim, a gibiteca não pode ser considerada tão somente uma coleção de histórias em quadrinhos disposta à consulta pública. (NOGUEIRA, 2017 apud MARINO, 2018, p. 68).
A julgar pelas ações realizadas por gibitecas que visam aproximar o público aos artistas e suas obras, e pelos cursos oferecidos, a ideia de que esses espaços não podem se limitar à exposição estática de seus acervos parece estar sendo compartilhada por alguns coordenadores e bibliotecários, indicando que a interação promovida nos eventos não só atrai visitantes para os locais, como também pode mostrar que tais espaços são polos de fomento de cultura pop, de aprendizado e fortalecimento de laços entre seus frequentadores.
Na comunidade jordanense, seus usuários têm sido cada vez mais frequente, principalmente ao uso pedagógico e à formação de seus leitores. Experiências envolvendo as gibitecas demonstra o interesse de educadores e pesquisadores. Faça uma visita!
Fontes de Pesquisa:
MARINO, Daniela dos Santos Domingues. As gibitecas como polos fomentadores de cultura e de exercício da cidadania. 2018. Dissertação (Mestrado em Interfaces Sociais da Comunicação) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/.../tde-26122018-165312/pt-br.php. Acesso em 15/10/2022.
Link:
https://www.youtube.com/watch?v=BVsuvGPzaik
Pontos de Leitura
Esses pontos podem ser encontrados em bibliotecas, escolas, lanchonetes, parques, livrarias e outros espaços públicos. Eles são projetados para oferecer conforto, tranquilidade e inspiração, incentivando as pessoas a se envolverem com os livros e desfrutarem de momentos de leitura.
Os pontos de leitura geralmente são acomodados com assentos confortáveis, iluminação adequada e acesso a uma variedade de materiais de leitura, como livros, revistas, jornais ou até mesmo dispositivos eletrônicos com acesso a e-books. Além disso, muitos pontos de leitura têm decoração temática, atmosfera acolhedora e até mesmo espaços interativos para crianças.
Esses espaços são importantes não apenas para incentivar o hábito da leitura, mas também para criar um senso de comunidade entre os leitores. Eles fornecem um local onde as pessoas podem desfrutar de livros, participar de clubes de leitura, participar de eventos literários e interagir com outros interessados pela leitura.
Os pontos de leitura desempenham um papel fundamental na promoção da literacia, na disseminação da cultura e no enriquecimento pessoal. Eles são verdadeiros refúgios onde é possível mergulhar em histórias, conhecimentos e explorar diferentes perspectivas.
Seja em um aconchegante canto de uma biblioteca, em uma praça ensolarada ou em um café tranquilo, os pontos de leitura nos convidam a embarcar em jornadas literárias e nos lembram do poder transformar das palavras escritas.
Maurício de Souza Lino,
Bibliotecário,
Historiador,
Professor,
Escritor.
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